segunda-feira, 13 de junho de 2016



CBF, Dunga, corrupção... Até quando? O agonizante futebol brasileiro pode cair ainda mais

Gabriel Pazini  Goal.com

Pouco menos de um mês antes de comemorarmos o segundo aniversário do 7 a 1 imposto pela Alemanha em pleno Mineirão na semifinal da Copa do Mundo de 2014, o Brasil passa mais um vexame. Nesses últimos dois anos, como sabemos, nada mudou, e o resultado foi mais uma vergonha daquelas para o agonizante futebol brasileiro.
Na Copa América Centenário, o Brasil conseguiu a proeza de ser eliminado em um grupo que tinha Peru, Equador e Haiti. Pior, em três horas de futebol, não conseguiu marcar um gol sequer em Peru e Equador. Aos que - não entendo como conseguem, e Dunga é um deles - reclamam do gol inegavelmente irregular peruano, com a "mão de Deus" aparecendo mais uma vez, vale lembrar que a Seleção só escapou de um vexame ainda maior em sua estreia contra El Tri porque a arbitragem aliviou e não validou o tento legal dos equatorianos em frango bizarro de Alisson. A mão não importa diante de mais uma vergonha.
Não vou me alongar demais na partida deste domingo (12) nem na campanha ridícula no torneio disputado nos Estados Unidos. O Brasil fez um primeiro tempo razoável e uma segunda etapa lamentável. Os minutos finais da partida, após o gol peruano, foram um símbolo da Seleção. Dunga, que nunca foi treinador, tinha opções no banco para fazer substituições, nem que fosse jogar o time para o ataque na base de um abafa desorganizado. Atônito, o "técnico" não só não fez as mudanças que poderia, como sequer conseguiu gritar e incentivar sua equipe no banco de reservas. Ficou parado, sem reação, com cara de bobo e de choro, vendo um vexame.
Dentro de campo, o escrete canarinho não conseguia nem mesmo dar um chutão para o campo de ataque. Na única chance que teve, Elias, que ninguém entende porque vem sendo titular da Seleção - uma das muitas teimosias de Dunga - perdeu uma oportunidade claríssima e incrível
Foi mais uma atuação ruim da Seleção Brasileira. Depois do empate que deveria ter sido uma derrota para o Equador, vem o primeiro revés para o Peru em 31 anos. O escrete canarinho, que nas Eliminatórias Sul-americanas para a Copa do Mundo de 2018 cria menos chances de gol e finaliza menos que a Bolívia, apresentou os mesmos e incontáveis problemas que já conhecemos há muito tempo na Copa América Centenário.
Volto a repetir, porém, que o Brasil poderia estar em situação diferente se tivesse um técnico competente no comando. Existem bons e ótimos jogadores à disposição. A safra não é das melhores, mas é muito boa, e pode render muito mais com um treinador de alto nível ao invés do limitado Dunga, fechado com suas ultrapassadas convicções.
A Seleção precisa de um novo treinador. Não existe clima algum para Dunga continuar, nem mesmo para as Olimpíadas. É preciso que ele saia o quanto antes e um novo técnico seja contratado. Ele já deveria ter sido demitido há muito tempo. Aliás, nem deveria ter voltado.
Na minha opinião, Tite é a única e melhor escolha entre os brasileiros, até porque não imagino algum comandante estrangeiro de alto nível assumindo o escrete canarinho agora ao invés de continuar em seu clube no Velho Continente ou embarcar em um novo projeto. Guardiola e Mourinho, por exemplo, vão iniciar seus trabalhos nos rivais de Manchester, e Sampaoli, ao que tudo indica, vai trabalhar no futebol espanhol.
Tite já recusou a Seleção anteriormente, e fez o certo diante da lamentável CBF. No entanto, acho que agora é o momento certo para aceitar o cargo. Sem sombra de dúvidas, ele terá o apoio do povo brasileiro e dos jogadores, e a entidade que comanda a bagunça tupiniquim precisaria aceitá-lo, assim como seus métodos e suas opiniões. Ele não precisa concordar com a CBF para treinar a Seleção. E nem deve.
Tite tem condições de fazer o escrete canarinho render no alto nível que pode, o problema, porém, é maior que a Seleção
A corrupta CBF é repleta de problemas e não sabemos nem quem comanda a várzea e pode mandar Dunga embora e contratar o treinador do Corinthians. E pelo pensamento arcaico de quem está na entidade, é possível que não demitam o atual "técnico" e/ou não queiram Tite, que já recusou o cargo antes e não compactua com as lamentáveis atitudes do circo que organiza a bagunça e a corrupção no futebol tupiniquim.
Logo, não sei se consigo acreditar que teremos grandes mudanças, e não só na Seleção, mas também no futebol brasileiro. Após o 7 a 1, visto como símbolo da necessidade de transformações e o fundo do poço, muitos acreditaram que tudo ia mudar. Nossa resposta foi a manutenção de incontáveis problemas, Marco Polo Del Nero na presidência, uma corja daquelas na CBF e a volta de Dunga como técnico do escrete canarinho. De lá pra cá, foram dois anos jogados pela janela, perdidos no meio da continuidade dos problemas, nenhuma resolução, dois novos vexames, com o Brasil eliminado pelo Paraguai no ano passado e de fora dos oito melhores da Copa América pela primeira vez na história após a vergonha deste domingo, e escândalos e mais escândalos de corrupção envolvendo os cartolas.
A Seleção Brasileira nada mais é que o reflexo do agonizante futebol tupiniquim. Os públicos na Série A do Campeonato Brasileiro são ridículos, e a média é uma completa tristeza. O calendário é um vexame. O nível técnico e tático do futebol praticado no país é horrível. Os treinadores, em sua maioria, são ultrapassados. A mentalidade e a cultura de resultados e o imediatismo permanecem. As categorias de base estão largadas, e ao invés da técnica e revelação e formação de novos talentos, são priorizados acordos lamentáveis com empresários e jogadores com força e tamanho para ganhar títulos - isso mesmo, futebol de resultado até mesmo na base. Isso sem contar com a corrupção, a politicagem e outros incontáveis problemas.
Precisamos de uma transformação completa no futebol brasileiro, começando pela base, e não pelo topo da pirâmide, no entanto, como ocorreu após o 7 a 1, não tenho esperanças de que a Seleção e o futebol brasileiro irão mudar após esse novo vexame. Infelizmente, acredito que vamos continuar na mesma, esperando pela próxima tragédia. Corremos risco nas Eliminatórias e podemos ficar de fora de uma Copa do Mundo pela primeira vez na história. É esse o próximo vexame? É isso que precisa acontecer para tudo mudar ou nem isso será suficiente? O que mais falta? Até quando o futebol tupiniquim vai ficar agonizando?

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